18 de março de 2019

Crônicas de uma motociclista zero quilometro - capítulo 2: comprando uma scooter

Quando eu comecei a fazer as aulas de moto, não estava pensando em realmente andar de moto por aí. Eu só queria aprender a andar de moto e ter a habilitação, just in case.

Eu falava isso para o Cristiano (o instrutor) e ele dizia que eu levava jeito com a moto e acreditava que ainda iria me ver um dia no trânsito de São Paulo. Eu ria, um pouco de nervoso de pensar na hipótese de andar de moto numa 23 de maio. Loucura!

Daí, ele falava que tipo de moto eu poderia comprar e o tamanho ideal. Ele sempre falou da Lead da Honda. Já estava pesquisando na época. Moto fofa, mas fora de linha. Ainda que se trate de uma Honda, eu nunca fui muito fã desse papo de fora de linha, porque as chances de faltar peças ou de furtos e roubos aumenta.

A vantagem de uma scooter em relação a moto para quem sabe andar de bicicleta, mas não tem segurança com moto, é que a scooter ter uma similaridade com a bike: é só acelerar e brecar. Nada de embreagem, nada de marchas.

Cheguei a ver preço, onde eu poderia encontrar uma, enfim, estava estudando.

Encontrei uma Lead usada, pouco rodada, mas que estava numa loja de usados lá na zona norte (eu moro no fundo da zona sul), mas quando entrei em contato, já tinha sido vendida.

Então, numa das buscas pelo Google, encontrei essa tal de Neo da Yamaha. Ainda que eu nunca tenha tido nada da Yamaha, eu usei ela nas aulas e na prova de moto, além de ter visto minha vida toda essa marca nas ruas. Conversando com pessoas que andam de moto, elas faziam elogios à marca, então fui pesquisar melhor, sem deixar outras opções em vista.

No dia que eu fui buscar minha CNH com o Cristiano lá no Ibirapuera, me despedir e agradecer pela paciência dele, acabei indo pro Shopping Ibirapuera e passei na Suzuki. Lá fui informada que a Burgmann estava deixando o país e que agora, uma marca chinesa com sua Lindy seria a substituta. A loja ofereceu um test ride que eu recusei, já que eu tinha acabado de pegar a CNH e não me sentia segura para pegar uma moto alheia para, de repente, derrubar ou enfiar numa parede!

A Lindy é lindinha (que trocadilho infame), mas o tempo mostrou que não dá para confiar em marca chinesa. Se você der uma procurada básica na internet vai encontrar um monte de reclamação de proprietários que foram enganados pela aparência e preço, para descobrir que não tem peça de nada e que o pós venda só te deixa na mão. Um deles dizia que está há 3 meses com a moto parada por falta de peça.

Fui dar uma olhada, só pela internet, porque não encontrei lojas para visitar, das opções da Dafra e descobri que elas são caras. O fato de não encontrar lojas, além do preço da moto, já me deixaram desanimadas. Como posso ter uma moto que eu não vou ter onde levar para consertar ou fazer minhas revisões?

Sobraram, das marcas que tem scooters de preço acessível, a Honda e a Yamaha.

Na verdade, a Honda só tinha a Biz, que não é scooter e nem é automática, ela só não tem embreagem, mas tem marchas. Agora, no começo de 2019, lançou a "substituta" da Lead (entre aspas, porque ela não tem as mesmas especificações, tendo menos itens que faziam sua antecessora tão perfeita), a Elite.

Fui na loja que fica na frente do Shopping Ibirapuera (e eu nem moro perto desse shopping, mas ele fica no meio do caminho) dar uma olhada. Fui super bem atendida, achei ela interessante, ainda que a cor não seja muito boa (a azul parece pintada com guache rs) e o preço é bem parecido com a Neo.

A Honda tem uma rede de atendimento vasta pela cidade e eu sempre tive carro da Honda (Fit para ser mais especifica... foram 3 na minha vida e não me arrependo. Se fosse comprar um carro hoje, compraria outro), o que dá a marca, credibilidade comigo. Me ofereceram um test ride também, mas, de novo, não quis arriscar.

Então, fui numa concessionária da Yamaha. Próximo da minha casa, tem uma loja a uns 500 metros e outra a uns 2km, onde eu fui efetivamente fazer negócio, porque é a única que eu encontrei aberta num sábado a tarde.

Já tinha estudado ambas à exaustão na internet através do site da montadora, de blogs e vídeos no Youtube de testes, mas precisava ver as scooters pessoalmente, sentar, sentir eu mesma o banco, a distância do painel, a posição que ficava as pernas, se dava mesmo pé, se eu conseguia alcançar o guidão (tenho os braços curtos, praticamente um Horácio, o dinossauro do Maurício de Souza), olhar o acabamento.

Na Yamaha também me ofereceram o test ride e é claro que eu não fiz.

No final, eu acabei escolhendo a scooter pela garantia e pelo seguro, mas se você veio aqui para buscar parâmetro para sua escolha, segue abaixo as diferenças que eu analisei.

PREÇO - O preço da Elite com frete é de R$8.990,00 e a Neo com frete é de R$8.945,00, o que faz o papo de que a Elite é mais barata que a Neo, papo de quem esquece do preço final. Claro que a diferença de preço é mínimo, então não servia para o desempate no meu quadro.

OFICINAS E CONCESSIONÁRIAS - Rede de concessionárias e oficinas, que é colocado como ponto negativo da Yamaha, no meu caso não é, porque eu tenho oficinas de concessionárias bem próximas da minha casa das duas marcas, o que me garante segurança no quesito peças e atendimento. Onde elas existem, tanto de uma marca quanto de outra, não vi reclamações.

GARANTIA - A Honda oferece, para a Elite, garantia de 3 anos e troca de óleo grátis a partir da 3ª revisão, desde que todas as anteriores tenha sido feitas na concessionária. A Yamaha, oferece para a Neo, garantia de 4 anos, assistência 24 horas gratuita por 1 ano, preço fixo na mão de obra da revisão (tabela está no site).

SEGURO - Seguro é aquele tipo de coisa que ninguém quer precisar, mas todo mundo que mora numa cidade como São Paulo tem, por mera prudência. A Honda não tem corretora de seguro própria e quando eu fui cotar, o seguro sairia pela Mapfre. A Yamaha tem corretora de seguro própria e, bem provavelmente por isso, apresenta mais opções, tendo como a mais em conta, a Porto Seguro, que eu confio, porque já tive no meu carro e sempre funcionou. Claro que para quem quiser, ainda tem opções pela Mapfre e pela Sulamérica (custa mais que o dobro da Porto no meu perfil).

A MOTO - A scooter da Honda tem a mesma frente da Neo. Eu até brinquei com o vendedor da Honda que eles nem disfarçaram a cópia do modelo da concorrente e ele só riu. A Elite talvez seja melhor para quem tem mais perna do que eu (quase qualquer pessoa nesse mundo!), porque a distância do banco para o painel é um pouco maior. O espaço embaixo do banco também é um pouco maior, pelo menos na descrição. Como eu não levei meu capacete no dia da visita, eu não posso confirmar a informação. A pintura é um ponto negativo. Dá para ver que é bem simples e a azul é feia. Os pneus são estreitos e as rodas menores, o que deve fazer você chacoalhar à beça na buraqueira da cidade. O que eu achei de mais interessante é a trava de parada que existe na Elite e ajuda a ficar parado, sem ter que ficar segurando o manete de freio.

A scooter da Yamaha tem a frente apelidada de Transformers, porque lembra a cara do carro-robô. O espaço das pernas dá com folga para mim, mas vou lembrá-los de novo que eu só tenho 1,58m de altura. Todo mundo fala mal da visibilidade do espelho da Neo, mas eu acho que tem a ver muito com a altura do condutor. Eu consigo ver normal pelo espelho. O espaço embaixo do banco, a despeito da descrição no site dizer que cabe um capacete aberto, o meu não coube (vou falar sobre meu novo capacete num próximo post). Eu uso embaixo do banco para deixar sacola retornável para compras, capa térmica para banco, capa de chuva com galocha e/ou minha jaqueta de verão com proteções para andar de moto. A pintura da vermelha é metálica, então é bem mais bonita do que a sólida da Elite e ainda tinha a minha dúvida, a grafite que é fosca e também é muito linda. Os pneus também não são largos, aliás, devem ter, de largura, a mesma medida da Elite, mas a roda é de aro maior, o que dizem melhorar o andar no nosso asfalto horroroso de São Paulo. Ainda assim, preciso dizer, é sofrido andar em São Paulo. Eu ando devagar, porque tenho medo de sair voando da moto depois de quicar no banco (na verdade eu ando devagar, porque tenho medinho rs). O apoio com função stop é ótimo. Você encosta a moto, desce o apoio e a moto já desliga.

Como eu li num blog, as 2 motos são equivalentes e vai contar mais o gosto, a preferência de marca e, no meu caso, o veredito final que foi o seguro.

Até o momento, eu não tenho do que reclamar. Às vezes me pergunto se teria sido melhor pegar uma moto convencional, porque andar sentada num banquinho no lugar de montada me dá uma certa insegurança. Parece até que isso faz balançar mais, mas pode ser só impressão de iniciante que balança com qualquer vento e que sequer pegou uma chuvinha com ela.

Espero que minhas pesquisas te ajudem na sua escolha e se quiser perguntar alguma coisa ou tiver alguma dica para a motociclista zero quilometro, escreve nos comentários que eu adoro trocar informações.

Have a nice ride!

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