30 de novembro de 2015

Kanreki (還暦): a festa dos 60 anos

Os japoneses têm muitas superstições e rituais de passagens diferentes, entre eles os anos em que se comemoram aniversário.

Não é que japonês não faça aniversário todo ano, mas a celebração da data tem idades específicas e que são contadas com 1 ano de diferença em relação aos outros, porque o japonês leva em consideração o calendário chinês e os 9 meses de gestação.

Ainda existe a diferença entre homens e mulheres. As idades importantes são diferentes também, mas não vou escrever sobre isso aqui. Se você tiver muita curiosidade sobre as celebrações, recomendo o site www.culturajaponesa.com.br*.

Enfim, para os homens (no Japão moderno, as mulheres têm começado a celebrar essa idade também) os 60 anos são celebrados como o início de um novo ciclo ou 2ª infância, razão pela qual, o aniversariante costuma se vestir com o traje da foto, remetendo à uma criança.

A decoração da festa costuma ser infantil (claro que nos moldes japoneses, o que não inclui temas do tipo Disney, Avengers ou Discovery Kids rs) e são feitas muitas brincadeiras como numa festa de criança, deixando um clima bem descontraído.

E por que raios eu vim falar disso?

É que o pai de um casal de amigos celebrou recentemente a tal idade e veio o velho problema: o que dar de presente? Meus pais, que também são amigos do aniversariante vieram me perguntar o que eu ia comprar para entrar no rateio do presente, porque também não tinham a menor ideia.

Para mim, presente não pode ser dar por dar. Tem que ser algo ao menos útil ou que seja do real agrado da pessoa presenteada.

Pensando que muitas pessoas têm a mesma dificuldade, vim aqui para deixar minhas sugestões para descobrir ou decidir o que se pode dar.

1 - Tente conversar com a esposa e filhos para saber se há algo que o aniversariante esteja interessado. Muitas coisas a gente não compra pra gente, mas se ganhar vai gostar.
Meu caso: em conversa com a filha
descobri que tudo o que eu tinha em mente,
ou ele tem, ou ele não usa/gosta.
2 - Descubra os hobbies e passatempos da pessoa.
Meu caso: ele só joga bola
eventualmente e gosta de cantar
3 - Descubra gostos: comida e bebida.

Meu caso: ele come chocolates,
mas só do tipo simples e ao leite.
Não bebe, nem fuma.

4 - Se não tiver jeito, no caso dos japoneses, use o velho e bom "envelope". Os envelopes japoneses para tal finalidade são especiais, costumam ter desenhos que simbolizam prosperidade ou tem escrito o ideograma de prosperidade ou de celebração. O valor fica a cargo de quem dá, sendo que para o japonês não importa o valor, mas a intenção.

Mas e as sugestões de presente, você deve estar se perguntando? Logo abaixo.

Não recorremos ao envelope. Compramos um kit da Natura, com itens para barbear, igual ao que minha amiga encontrou no banheiro do pais, e uma caixa de bombons de chocolate ao leite alemães.

Uma lista de sugestões de presentes para um homem que, teoricamente, tem tudo:

  • se ele bebe, descubra qual sua bebida favorita para presente.
  • se ele fuma, talvez uma caixa de bons cubanos ou um belo isqueiro tipo Zippo podem agradar.
  • se ele gosta de ler, você pode procurar por algum lançamento de algum autor no estilo de leitura da pessoa, comprar um vale de alguma boa livraria ou ainda comprar um e-reader do tipo Kobo (Livraria Cultura), Kindle (Amazon) ou Lev (Saraiva).
  • se for uma pessoa ligada em moda, procure a loja da marca que você sabe que a pessoa mais usa.
  • se for uma pessoa que veste traje social todo dia, uma boa camisa sempre vai bem, principalmente as brancas que ficam feias com o uso por mais cuidado que você tenha ao lavar.
  • ainda no traje social, se você tiver como saber, um bom par de sapatos também é um presente legal.
  • se a pessoa é do tipo praia, você pode dar uma Havaianas ou similar. Quem usa sempre sabe que esse tipo de chinelo dura pouco e tem uma variedade bem legal para presentear.
  • se a pessoa curte bebida e chocolate, existem caixas de bombons com bebidas alcoólicas no recheio. Além de tudo, as embalagens costumam ser bem bonitas.
  • se for do tipo vaidoso, um kit de cosméticos é legal. Hoje em dia a maioria das marcas tem linhas dedicadas aos homens.
  • se for ligado em tecnologia, um HD externo pode ser uma boa ou um desses pendrives de personagens de filmes e desenhos. Aqui também dá para dar um vale presente de lojas especializadas.
  • se for ligado em quadrinhos, as livrarias estão repletas de itens que vão desde as revistas, até bonecos (supondo que seu orçamento seja bem grande).
  • se for cinéfilo, seja em DVD ou Bluray, existem lançamentos diversos. O problema é que para saber o gosto, tem que ser mais íntimo da pessoa. Uma saída, de novo, são os vale presentes.
  • se você não tem ideia, o vale presente vai te salvar. Tenha o cuidado de escolher uma loja que seja fácil de encontrar na cidade do presenteado ou que entregue as compras online na casa/trabalho da pessoa.


Concordo que tem gente que até para dar o vale presente você fica na dúvida, mas espero que minhas sugestões te ajudem.

* os autores do site e texto são Francisco e Cristiane Sato, estudiosos da cultura japonesa no Brasil, com uma publicação muito legal sobre o assunto.

23 de novembro de 2015

Campanha de Natal: Papai Noel dos Correios 2015

No ano passado, inspirada por um amigo que fez o mesmo no ano anterior, eu decidi que adotaria uma cartinha e seria o papai noel de alguém. Aqui vou contar como você pode fazer o mesmo e fazer uma criança carente feliz.

De antemão vou fazer um alerta: você vai ter que ir com algum tempo, porque algumas cartas não me parecem de crianças de famílias carentes, mas de famílias que não querem dar o que a criança quer e encontraram como saída o "pede pro papai noel e vê se ele te dá".

O tom dessas cartas é um tanto quanto autoritário, no geral usando o verbo "eu quero" e sem nenhum "por favor" ou a velha máxima que a gente usava quando criança "eu fui uma boa criança durante o ano, fiz todo meu dever de casa, tirei boas notas, ajudei meus pais etc". São simples "eu quero" quase como quem diz "você é o papai noel, então você tem que me dar".

O pior, entre os pedidos de 2014 eu encontrei Playstation, tênis e roupas de grife com exigência das marcas e modelos, bonecas e bonecos caríssimos, tudo em pedidos cumulativos que mal cabiam no papel que você leva como protocolo para providenciar o pedido.

Fora isso, existem, sim, cartinhas nos velhos moldes, com PEDIDOS e não ordens, contando um problema, uma dificuldade e pedindo uma ajuda, tinha até cadeira de rodas.

A cartinha que eu escolhi ano passado, por exemplo, dizia num tom super delicado "papai noel, se você puder, eu gostaria de ganhar um brinquedo ou camiseta, calça e um tênis". Comprei todos os itens, mas não dá para ajudar um monte de cartinha como eu gostaria.

Para adotar uma cartinha, você precisa ir numa agência dos Correios (não pode ser franqueada). A lista das agências está no Blog criado para a campanha - blog.correios.com.br/papainoeldoscorreios.

Chegando na agência, vá direto a um guichê e peça para ver as cartinhas. Eles te entregam a caixa com as cartas e você pode ler todas. Não existe limite para adoção e você também pode sair de lá sem cartas se não gostar ou não puder atender aos pedidos. Uma vez com a carta adotada, você se responsabiliza em atender o pedido todo que está na carta.

Você leva um protocolo com o nome da criança e o pedido. A cartinha você tem que ler na agência, porque fica com eles.

Compre o pedido e embale em uma caixa lisa, e por lisa não me refiro à textura, mas ao fato da caixa em questão não poder ter imagens ou cores. Você pode pegar um caixa qualquer e virar do avesso para usar como embalagem. Não adianta embrulhar bonito para presente, porque os Correios não podem enviar o pacote assim.

Com o pacote pronto, é só se dirigir a qualquer agência dos Correios (de novo, não pode ser franqueada) e entregar para a agência. Você não paga o envio, que é a parte social a cargo dos Correios, assina um protocolo de entrega e recebe o código de rastreio para acompanhar o envio e entrega do seu presente.

O prazo para adotar as cartinhas já começou e a data limite para levar o pedido nos Correios em São Paulo, capital, é dia 18/12/2014!

Para saber as datas limites para levar o presente nas agências de sua cidade, verifique o blog e a lista por estado.

Se você pode ajudar, ajude. Pode ser pouco para você, mas será muito para quem recebe! =)

16 de novembro de 2015

Corrida Night Run Etapa Água 2015 - Ativo e O2

Essa foi minha primeira corrida noturna e minha primeira participação em corridas organizadas pela Ativo e O2, então vamos aos comentários sobre tudo.

Vamos começar pela Ativo, porque toda corrida começa com a inscrição.

Uma coisa que me incomoda na Ativo é a cobrança da taxa de conveniência.

Se a empresa disponibilizasse um meio onde eu pudesse ir direto no escritório deles para fazer a inscrição, eu até entenderia essa parte de dizer que cobram a taxa de conveniência, mas não me desce esse papo, já que não existe alternativa: se você quiser participar das corridas organizadas por eles, ou você paga a taxa ou não se inscreve.

Superado esse passo, você tem a retirada do kit. O local escolhido com certeza tem a ver com uma parceria entre a rede Centauro, que oferece um voucher de 10% de descontos em compras feitas até a véspera da corrida.

Não é de todo ruim, já que shoppings são locais com alguma estrutura, mas o shopping escolhido não foi legal, e é um dos mais complicados da cidade na minha opinião, o West Plaza. Para quem não conhece, o dito não é uma construção única. São 3 prédios de tamanhos diferentes que foram interligados por corredores suspensos e lembram um labirinto. Antes da data da retirada do kit, lembro de ter ido quando criança, com meus pais, só porque era novidade e nunca mais voltamos, porque não gostamos.

No balcão de informação do shopping, no andar térreo do que eu viria a descobrir, bloco B, perguntei onde era a retirada de kit e a pessoa me informou que era no 2° andar do bloco A. Nem era de todo incorreto, mas eles deveriam saber informar que eu deveria subir ao 2° andar do bloco B, passagem para o bloco A para fazer a retirada do chip primeiro. Enfim, isso é falha da organizadora, que deveria ter instruído direito a recepção do shopping.

Sequência de atos: entra na fila da loja, descobre que não é lá, procura a fila do chip, muda de fila, pega o chip (que no email dizia que seria entregue somente no dia da corrida mediante entrega de um pedaço do número de peito) e número de peito, volta para dentro da loja e entra na fila para pegar o kit. Até que foi tranquilo.

Próximo passo, o kit. A sacola é térmica, então é legal para fazer compras de gelados no supermercado, bem mais útil que aqueles saquinhos que a gente ganha e não sabe o que fazer. A camiseta é bonita e de bom material, mas manga comprida num calor desses, sem chances! O luminoso de colocar no tênis será útil nos meus treinos, já que eu gosto de fazer isso à noite. E é só isso. Fiquei meio decepcionada, porque a gente sempre ganha uns brindes, vouchers de desconto de todos os patrocinadores (nas corridas da Iguana), mas não tinha mais nada. Aliás, não sei se foi falha no meu kit, mas eu só recebi 2 alfinetes.

Chega então o dia da corrida. Eu tentei descobrir que horas abria a arena, mas o site não tinha a informação, nem a O2 ou a Ativo, que são organizadoras dessa corrida souberam me informar, respondendo que as únicas informações que eles tinham eram as do site. 1 dias antes da corrida, finalmente um email com o horário de abertura apareceu.

Como sugestão da própria organizadora, eu fui de metrô. Até que é fácil sair do metrô e ir caminhando para o Anhembi, mas para chegar na arena, que caminhada! Entre ida e volta, eu andei mais do que corri (dá pouco mais de 3k cada percurso). E, apesar de não existir policiamento, a quantidade de gente que não estava a fim de pagar R$40,00 de estacionamento era grande, o que mantinha um bom fluxo de pessoas indo e vindo do metrô.

A chegada foi bem confusa, porque tinha gente demais parada no corredor da chegada. De repente você via pessoas encostando e tirando o chip. Um pouco mais à frente o staff começava a gritar "tirem o chip e entreguem antes da medalha"... e todo mundo procurava um canto para desamarrar o tênis e tirar o chip do tênis. Na sequência, um pessoal estava com envelopes para que a gente depositasse o chip, mas sinceramente, se alguém quisesse ficar com o chip, conseguiria, porque não havia um controle muito bem feito disso.

Logo vinha a fila que entregava a medalha, um saquinho com pó de isotônico, uma garrafa de água mega gelada (muito obrigada por isso) e depois as cestas de frutas à vontade.

A arena, que ficava no mesmo local da largada, não tinha muito coisa, porque era basicamente áreas vips para os assinantes dos patrocinadores, mas estava tudo muito bonito.

O sambódromo foi um lugar bem interessante para largar e quem largou para os 10k, já no escuro, teve um efeito bem interessante, com iluminação e até fumaça. Ficou bonito!

Apesar da minha implicância com a taxa de conveniência, uma falta de informação inicial, não me decepcionei com a corrida e achei bem legal, apesar de muito cheio. A quantidade de pipocas me pareceu bem menor do que em outras corridas também e 2 postos de hidratação em 5k, no calor, ajudam muito.

Enfim, matei minha curiosidade de como seria uma corrida noturna e sai satisfeita com a organização. De quebra ainda consegui encontrar uns amigos, coisa rara quando você não combina, já que eram 15mil inscritos!

Agora só falta mais 1 corrida para eu fechar 2015 e pensar em quais irei me inscrever em 2016. =)

obs: a foto do sambódromo é do meu arquivo pessoal e eu estava longe, por isso não dá para ver direito, mas a faixa iluminada é o arco de largada.

9 de novembro de 2015

Livro: No Ar Rarefeito de Jon Krakauer

Um conhecido que adora escaladas virou referência sobre filmes de escaladas e aventuras, após ter feitos críticas ferozes sobre o filme "Limite Vertical", que eu até gostei de ver por conta do lindo Chris O'Donnel, que muitos devem conhecer como o Robin de uma das versões de Batman mais antigas e que atualmente aparece na série NCIS Los Angeles.

Quando o filme Evereste (2015) saiu, fui perguntar se o filme valia a pena ser assistido e ele disse empolgado que havia assistido em 3D Imax e que foi sensacional. Mas fez uma ressalva "leia o livro antes, para entender como funciona esse tipo de escalada, senão algumas partes vão ser meio estranhas".

Ele começou a me descrever como funciona o organismo no ar rarefeito da montanha, naquela altitude absurda acima do nível do mar, e quais os efeitos danosos podem acometer a mente quando não são seguidas várias regras básicas de aclimatação, por exemplo, e que estão descritas no livro.

Eu, que não sou do tipo aventureira, apesar de adorar assistir a filmes com esse tipo de emoção, comecei a ler o livro e me perguntar "Por quê???" tantas vezes quantas virei de página.

Por que alguém decide escalar uma montanha dessas, já conhecendo os riscos? Por que as pessoas têm tanta dificuldade de reconhecer seus limites? Por quê???

Isso sem contar a falta de ar e as dores que eu comecei a sentir só de imaginar o que poderia ser passar por tudo aquilo, sem nunca ter passado perto de uma situação daquelas.

Quando ele comenta dos congelamentos das extremidades do corpo, lembrei de uma ocasião em que eu, mesmo estando com botas de couro e solado alto de borracha forrado de pelo, com umas 3 meias em cada pé, senti a sola do meu pé congelando no alto de uma montanha no Canadá.

Tentei multiplicar a sensação desconfortável, que no meu caso durou muito pouco, pois assim que senti os pés gelados corri para dentro da loja, e ter que seguir caminhando com todo aquele frio e dor.

O livro, que conta com os relatos do autor e de diversos integrantes das expedições que sobreviveram e decidiram colaborar com Krakauer, mostra uma sequência desastrosa de erros de julgamento, que nunca se saberá ao certo quais as motivações reais das vítimas, e que culminou na morte de mais da metade dos que escalaram entre os grupos que subiram naqueles dias, em 1996.

E se você for um desses loucos que pretendem escalar o Evereste um dia na vida, se faça o favor de ler o livro e tentar lembrar, lá em cima, que é melhor fracassar com seu objetivo de alcançar o topo do mundo, do que nunca mais voltar para casa e deixar todos que o/a amam desolados por não terem respostas para o que aconteceu e sem um corpo para velar, já que no geral não é possível retirar os corpos de lá.

O interessante do livro é que mesmo não sabendo nada sobre escalada, montanhas, como funcionam essas empresas ou qualquer outro detalhe sobre esse universo, você será levado pelo autor a conhecer tudo, inclusive um pouco da história da montanha e seus primeiros aventureiros, que abriram os caminhos para o cume.

Gostei da leitura, só sigo sem entender as razões que levam alguém a tentar algo que mais me parece a descrição de uma missão suicida.

2 de novembro de 2015

Review: Disco Ab Wheel Domyos - Aparelho de Abdominal, Costas e Braços

Eu já gostei de academia, mas com a correria de alguns dias, ir na academia seria aparecer para ajudar a fechar a porta, no meu caso.

Então estive buscando algumas opções simples, práticas e não barulhentas de fazer alguma coisa no meu quarto, lá pela meia noite, e decidi comprar na Decathlon o Disco Ab Wheel da Domyos, uma das marcas que a Decathlon vende com exclusividade.

O kit vem a "rodinha" e um tapetinho para apoiar os joelhos, muito confortável. Além de prático e fácil de montar, o aparelho não ocupa muito espaço, mas você precisa de um espaço equivalente à sua altura para poder fazer o exercício.

O exercício é simples. Você apoia os joelhos no chão (a ponta dos pés se você for mais avançado), segura nas manoplas acolchoadas (a parte preta e amarela) e faz o movimento de sobe e desce do seu tronco. É simples, mas não é fácil.

Você sente o trabalho e se fizer umas 3 vezes por semana, trabalha praticamente todos os músculos superiores e abdominais em 1 só exercício.

O preço também é super camarada para o benefício e no Youtube tem 2 variações para você trabalhar ainda mais braços e até um pouco de glúteos.