26 de janeiro de 2015

Procedimentos diferentes nos aeroportos

Acabei de retornar de uma viagem a Buenos Aires, onde estudo nas férias, e percebi umas diferenças nos padrões de segurança nos aeroportos de Buenos Aires (Ezeiza) e o de Guarulhos (Cumbica).

No Brasil, adotou-se os padrões de segurança semelhantes aos praticados nos EUA após os atentados de 11 de setembro, quando passaram a desconfiar de tudo e de todos.

O procedimento brasileiro em voo internacionais (nos nacionais as restrições são mais básicas) inclui, além das proibições básicas de materiais pontiagudos ou perfurocortantes, líquidos em quantidades superiores a 100 ml por frasco, sendo que o total de líquido transportado na bagagem de mãos não pode ser superior a 1 litro.

Para a lista completa dos itens proibidos, é sempre bom conferir a lista fornecida pelas próprias companhias aéreas no momento da compra das passagens e informadas no site da Infraero.

A novidade em Guarulhos é o raio-X na saída da área de desembarque. Se antes eles só olhavam a bagagem de quem tivesse algo a declarar ou que fosse selecionado pelos fiscais da Receita Federal que ficam de plantão, agora todo mundo precisa passar pelo raio-X com toda a bagagem: mão e despachada (que você vai ter acabado de pegar da esteira).

Por mim, essa vistoria tem o intuito de buscar possíveis drogas ou itens ilegais, mas tem gente que acha que eles fizeram isso para controlar os muambeiros. Pelo sim ou pelo não, saiba desse detalhe, evite arrumar problemas para você e não traga itens não permitidos.

Na Argentina, tem o raio-X na entrada e na saída, mas eles não tem problemas com líquidos. Eu descobri isso depois de chegar em casa e me dar conta de que estava com uma garrafa de suco de 500 ml, além de umas maçãs na mochila, o que teoricamente seria proibido pela legislação brasileira, mas não foi pela fiscalização argentina.

O inconveniente do raio-X é só o tempo que você perde na fila, fora isso, basta não estar carregando na bagagem itens proibidos pela legislação local. Cuidado, muita gente se arrisca levando itens como grãos e embutidos na mala, mas se você for pego, pode ser penalizado, porque a legislação sanitária da maioria dos países (se não for de todos) proíbe a entrada desse tipo de itens.

A Argentina tem um procedimento que difere e eu considero um adicional na segurança, que é a revista corporal. Eles tem agentes de ambos os sexos no final do raio-X para ver se você não está carregando algo, apesar da gente passar pelo arco detector de metais.

Só uma falha: apesar de toda a neura dos países, eu descobri na hora de desfazer minha mochila aqui em casa que eu estava carregando um mini canivete suíço na mochila, que na ida foi na bagagem despachada e por total descuido ficou na mochila.

Eu vi que as fiscais foram e voltaram minha bagagem na esteira, mas pela posição que elas voltaram, o item que chamou a atenção delas foi a minha caneca térmica, que estava dentro da sacola de mão e não na mochila, que já tinha passado da linha do visor delas. Ainda assim não me pediram para abrir a sacola, como uma vez fizeram no Brasil.

Como a parte metálica da caneca  não permite ver se tem líquidos ou não, eu sempre espero que eles peçam para abrir a sacola.

Enfim, depois de uma ou outra viagem você desencana e acaba relaxando. Não faça como eu e confira os itens que está levando na bagagem de mão para não acabar perdendo seu canivete ou seu perfume favorito na fiscalização.

Mais informações sobre o aeroporto de Guarulhos você encontra em www.gru.com.br e sobre o aeroporto Argentino em www.aa2000.com.ar

19 de janeiro de 2015

Filme: Um Conto Chinês (Un Cuento Chino)

O filme Um Conto Chinês é diferente. Não só porque ele não é uma produção de Hollywood, mas pela história em si.

Sua classificação é comédia, mas eu vejo quase como um drama, porque a maior parte do filme você só vai rir mesmo é do fato de um argentino, que não entende uma palavra de chinês, tentar se entender com um chinês que não entende uma palavra de espanhol.

O cartaz também me soava muito esquisito desde a época de seu lançamento e sua indicação a melhor filme estrangeiro. O que é que uma vaca poderia ter a ver com o argentino e um chinês?

Todas essas questões são respondidas no filme, e o seu desenrolar mostra que mesmo uma pessoa sofrida, com o coração trancado, ainda pode sentir compaixão por outro ser humano e aprender que quando você faz algo com boas intenções, sem esperar nada em troca, pode se surpreender e ganhar coisas que o dinheiro não pode comprar.

Vale a pena assistir.

12 de janeiro de 2015

Filme: O menino do pijama listrado (The Boy in the Striped Pyjamas)

Todo mundo conhece partes da História sobre a segunda Guerra Mundial, o movimento nazista, o holocausto.

Existem muitos filmes e livros sobre o tema, mas esse filme, que eu só fui assistir agora, é muito triste e mais chocante.

Eu nunca quis ler o livro, porque eu sofro com esses relatos sobre o holocausto e as passagens das guerras, porque eu não compreendo o que levou essas pessoas a fazerem o que fizeram, ainda que eu acredite (eu preciso acreditar nisso) que eles foram mal influenciados por uma mega lavagem cerebral que os cegava a ponto de não ver o óbvio: eram todos seres humanos.

Conforme corria o filme, eu tinha calafrios de imaginar para onde caminhava a história e quando terminou, eu fiquei em choque. Não chorei, eu só sofri.

Vou avisando que logo abaixo vou comentar o final da filme, mas não vou chamar de spoiler, porque o filme é baseado num livro publicado anos antes do filme e que virou um best seller, ou seja, todos que quiserem podem ter acesso ao final da história sem ver o filme.

O filme mostra um menino alegre logo no começo do filme, que começa com uma grande festa por conta da promoção do pai a alto comandante do exército nazista. Na tal festa, muitas pessoas o congratulam, exceto sua mãe, que se mostra muito insatisfeita por seu filho fazer parte disso, o que mostra que alguns cidadãos alemães tinham ideia que aquilo era errado.

Na sequência, o menino, seus pais e sua irmã mais velha se mudam para um casa que fica próximo do campo de concentração para onde o pai foi transferido. O problema surge quando o menino, que adora correr pelas ruas e sonha em ser um explorador, se vê trancado entre cercas, com soldados em volta e dentro da sua nova casa, que mais parece uma prisão do que um lar.

Quando ele encontra uma passagem na casa, ele descobre um jeito de chegar até a "fazenda" onde vivem as pessoas que se vestem com "pijamas". A fazenda era o campo de concentração, cercado por arame farpado eletrificado, e os "pijamas" eram as roupas que os judeus eram obrigados a usar no campo.

E é nos limites da cerca que ele conhece um garoto judeu, que se torna seu companheiro.

Acho que o que mais choca nessa história é o fato de serem 2 meninos, de 8 anos de idade, os protagonistas.

Como atores, dão um show de personalidade e de profissionalismo. Fico imaginando como foi que eles, na ingenuidade da tenra idade, conseguiram criar tais personagens. Deve ser o tal do dom para as artes.

Voltando à história, fiquei imaginando se algo assim tivesse mesmo acontecido com o comandante do campo de concentração, ou seja, o algoz, ainda que não intencional, do próprio filho???

E a dor da mãe que já não suportava a ideia daquele horror, desde que descobriu o que o marido fazia de verdade, e ainda viu seu filho ser assassinado de forma cruel, sem razão???

Será que a irmã seguiria defendendo o sistema nazista e o que o pai fazia???

Mais, porque eles matavam crianças nos campos de concentração? Ainda que seja para entrar na mentalidade dos nazistas, os adultos não podem ser mudados, mas eles bem que poderiam tentar fazer a lavagem cerebral nas crianças e transformarem em mão de obra futura para a força deles ao invés de matá-los, não???

Eu prefiro imaginar uma versão "A Vida é Bela" que o menino é encontrado pelos nazistas, mas é acolhido junto das demais crianças e pode viver.

Não sei muito mais detalhes do que é contado por cima nos livros de História da época do colégio, mas eu prefiro não saber mesmo. Não só porque a ignorância é uma benção nesses casos, mas porque quanto mais eu penso nisso, mais eu desacredito na humanidade.

Se eu soubesse do enredo todo, provavelmente não teria assistido. Definitivamente, esse não é um filme para assistir para passar o tempo e mesmo que seja para efeitos informativos sobre o holocausto, tem jeitos menos cruéis de conhecer a História, como a Lista de Schindler (vai te deixar menos deprimido do que ver 2 crianças assustadas na câmara de gás).

Talvez possa ser usado em aulas sobre Direitos Humanos ou discussões filosóficas, tal como se tem discutido sobre os crimes da ditadura militar no Brasil, mas é só isso.

5 de janeiro de 2015

Voluntariado: fazer o bem sem olhar a quem

Desde pequena aprendi a ajudar sem receber nada em troca. Claro que tem gente que abusa, mas ainda assim acredito que ajudar engrandece mais quem dá do que quem recebe.

Eu comecei 2014 sem planos de fazer nada de especial, muito por conta da correria e preocupações com o trabalho e meus estudos. Mas como num clique, me deu uma vontade louca de fazer uma boa ação quando vi uma campanha apoiada pela atriz global, Juliana Paes.

Não sou fã dela, mas a ação que ela promoveu me tocou, porque vi muita gente criticando.

Sabe aquele tipo de gente que precisa colocar defeito em tudo? Pois é.

Para quem não sabe, a Juliana tem uma rede de salões de beleza no Rio de Janeiro e junto com a Fundação Rosa, que dá suporte a mulheres em tratamento de câncer, lançou uma promoção para quem fosse ao salão e doasse pelo menos 20 cm de suas madeixas para que a fundação faça perucas, o corte saía de graça.

Quem frequenta salões de luxo (não é meu caso, mas quem  nunca leu sobre os valores cobrados por eles?) sabe que um corte num lugar desses custa uma pequena fortuna, ou seja, é uma super promoção, além de uma boa ação social. Mas as más línguas dizem que é só jogada de marketing.

Minha pergunta é, qual o mal nisso? Antes uma jogada de marketing que vai beneficiar quem precisa do que outras tantas empresas que poderiam fazer o mesmo e não o fazem!

Enfim, como a Fundação Rosa é no Rio de Janeiro fui procurar alguma em São Paulo que fizesse o mesmo trabalho de coleta de doações de cabelo para fazer perucas para mulheres que tratam de câncer, porque mulher que é mulher sabe o quanto cabelo faz diferença. Quem nunca quis matar o cabeleireiro quando ele cortou 1 dedinho a mais do que foi pedido?

Imagina não ter 1 fio de cabelo na cabeça???

Depois de uma consulta ao Google, encontrei a Rapunzel Solidária, criada por alguém que viveu na pele as reações adversas da doença e após curada decidiu agradecer a benção ajudando outras mulheres.

Tirei minhas dúvidas e decidi, deixaria meu cabelo crescer até o natal para doar. Foram 3 meses trabalhando o psicológico do meu cabeleireiro (sim, quem não queria cortar era ele) e 12 meses sem tocar nos fios para que eles chegassem a um comprimento razoável como se vê na foto.

Diferente da doação de sangue (que eu não posso fazer), a de cabelo não tem restrições, exceto pelo comprimento mínimo, que varia entre 15 e 20 cm, dependendo da instituição. Pode ser cabelo de homem ou mulher, cacheado, ondulado, liso, alisado, tingido, não importa. Simples assim.

Como eu disse para meu cabeleireiro, o cabelo delas não cresce, mas o meu vai crescer de novo. Pode demorar, mas cresce, e ele entendeu que era por uma causa nobre.

E assim fiz a primeira boa ação do ano, porque eu cortei no recesso de tudo e só pude levar o cabelo agora.

Se você quiser fazer o mesmo, pode dar uma olhadinha no Facebook e tirar suas dúvidas.

São Paulo - www.facebook.com/rapunzelsolidaria
Santos - www.facebook.com/fiosdefelicidade
Rio de Janeiro - www.facebook.com/fundacaolacorosa

Se você souber de outros lugares, deixe sua dica nos comentários, preferencialmente com o link para o site ou rede social da ONG que arrecada os cabelos.

Você não vai gastar nada para fazer um bem danado a essas mulheres, num momento tão sensível e em que elas estão tão fragilizadas. Quem conhece alguém que tem/teve câncer sabe como é sofrido.