12 de janeiro de 2015

Filme: O menino do pijama listrado (The Boy in the Striped Pyjamas)

Todo mundo conhece partes da História sobre a segunda Guerra Mundial, o movimento nazista, o holocausto.

Existem muitos filmes e livros sobre o tema, mas esse filme, que eu só fui assistir agora, é muito triste e mais chocante.

Eu nunca quis ler o livro, porque eu sofro com esses relatos sobre o holocausto e as passagens das guerras, porque eu não compreendo o que levou essas pessoas a fazerem o que fizeram, ainda que eu acredite (eu preciso acreditar nisso) que eles foram mal influenciados por uma mega lavagem cerebral que os cegava a ponto de não ver o óbvio: eram todos seres humanos.

Conforme corria o filme, eu tinha calafrios de imaginar para onde caminhava a história e quando terminou, eu fiquei em choque. Não chorei, eu só sofri.

Vou avisando que logo abaixo vou comentar o final da filme, mas não vou chamar de spoiler, porque o filme é baseado num livro publicado anos antes do filme e que virou um best seller, ou seja, todos que quiserem podem ter acesso ao final da história sem ver o filme.

O filme mostra um menino alegre logo no começo do filme, que começa com uma grande festa por conta da promoção do pai a alto comandante do exército nazista. Na tal festa, muitas pessoas o congratulam, exceto sua mãe, que se mostra muito insatisfeita por seu filho fazer parte disso, o que mostra que alguns cidadãos alemães tinham ideia que aquilo era errado.

Na sequência, o menino, seus pais e sua irmã mais velha se mudam para um casa que fica próximo do campo de concentração para onde o pai foi transferido. O problema surge quando o menino, que adora correr pelas ruas e sonha em ser um explorador, se vê trancado entre cercas, com soldados em volta e dentro da sua nova casa, que mais parece uma prisão do que um lar.

Quando ele encontra uma passagem na casa, ele descobre um jeito de chegar até a "fazenda" onde vivem as pessoas que se vestem com "pijamas". A fazenda era o campo de concentração, cercado por arame farpado eletrificado, e os "pijamas" eram as roupas que os judeus eram obrigados a usar no campo.

E é nos limites da cerca que ele conhece um garoto judeu, que se torna seu companheiro.

Acho que o que mais choca nessa história é o fato de serem 2 meninos, de 8 anos de idade, os protagonistas.

Como atores, dão um show de personalidade e de profissionalismo. Fico imaginando como foi que eles, na ingenuidade da tenra idade, conseguiram criar tais personagens. Deve ser o tal do dom para as artes.

Voltando à história, fiquei imaginando se algo assim tivesse mesmo acontecido com o comandante do campo de concentração, ou seja, o algoz, ainda que não intencional, do próprio filho???

E a dor da mãe que já não suportava a ideia daquele horror, desde que descobriu o que o marido fazia de verdade, e ainda viu seu filho ser assassinado de forma cruel, sem razão???

Será que a irmã seguiria defendendo o sistema nazista e o que o pai fazia???

Mais, porque eles matavam crianças nos campos de concentração? Ainda que seja para entrar na mentalidade dos nazistas, os adultos não podem ser mudados, mas eles bem que poderiam tentar fazer a lavagem cerebral nas crianças e transformarem em mão de obra futura para a força deles ao invés de matá-los, não???

Eu prefiro imaginar uma versão "A Vida é Bela" que o menino é encontrado pelos nazistas, mas é acolhido junto das demais crianças e pode viver.

Não sei muito mais detalhes do que é contado por cima nos livros de História da época do colégio, mas eu prefiro não saber mesmo. Não só porque a ignorância é uma benção nesses casos, mas porque quanto mais eu penso nisso, mais eu desacredito na humanidade.

Se eu soubesse do enredo todo, provavelmente não teria assistido. Definitivamente, esse não é um filme para assistir para passar o tempo e mesmo que seja para efeitos informativos sobre o holocausto, tem jeitos menos cruéis de conhecer a História, como a Lista de Schindler (vai te deixar menos deprimido do que ver 2 crianças assustadas na câmara de gás).

Talvez possa ser usado em aulas sobre Direitos Humanos ou discussões filosóficas, tal como se tem discutido sobre os crimes da ditadura militar no Brasil, mas é só isso.

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