11 de novembro de 2013

Uma semana bem tumultuada, com internação no Hospital Itamaraty

Essa última semana eu levei um susto: meu avô de 90 anos e 7 meses sofreu umas quedas e mesmo não tendo quebrado nada, acabou no hospital por conta de uma pneumonia.

As quedas não tem relação com a pneumonia, mas a internação me fez ter um pouco mais de fé nas pessoas e que existem pessoas boas neste mundo.

Desde que minha falecida avó teve seus maiores problemas de saúde em decorrência da diabetes, nós (são meus pais que pagam, sendo que ele é pai da minha mãe) passamos a pagar um plano de saúde que aceitasse pessoas idosas, sem restrição. Ela tinha diversos problemas de saúde quando fizemos a adesão, então já dá para imaginar que o plano custava os olhos da cara. Na época, chamava-se Samcil.

Anos depois a Samcil virou Greenline e aí a coisa piorou. Hoje, apesar de ser só o meu avô que, com seus noventinhas, não tem doenças típicas da idade e não faz uso de medicamentos, o plano é caro, mas posso dizer agora que funciona.

O inconveniente da Greenline é que a rede de atendimento é longe. Sair da região de Interlagos e ter que rodar até a Rebouças não é brincadeira. Sem contar que a estrutura do dito hospital é meia-boca. As camas automatizadas estão quebradas, os corredores são estreitos, as portas são pequenas e passar com cadeira de rodas é um teste de habilidade. Só não posso reclamar do pessoal que trabalha lá.

Apesar da médica de plantão que atendeu ser uma moça com aparência desanimada, pediu todos os exames que outros médicos nunca pensaram em pedir, inclusive uma tomografia da cabeça, já que ele poderia ter sofrido um princípio de AVC, segundo ela. Talvez ela pudesse sorrir mais, mas não posso questionar o profissionalismo dela. Infelizmente a tomografia acusou um tumor benigno no cérebro, que causa as quedas, mas não será retirado após avaliação médica.

O segurança que estava no dia da nossa entrada também foi muito atencioso. Nos ajudou a carregar meu avô e levou a cadeira de rodas até o atendimento, ainda que essa não seja a função dele.

Entre diversas trocas de turno que passamos em 5 dias de internação, percebemos a diferença entre as enfermeiras. Dá pra saber quem faz por amor e quem faz pelo salário. Uma delas me lembrou as aulas do curso rápido que eu fiz de cuidador de idoso. Tudo o que o professor disse sobre o respeito e o cuidado com o idoso debilitado ela fez.

Entre idas e vindas, eu usei da carona do meu irmão, porque pagar estacionamento na Rebouças não é brincadeira, e usei do transporte público.

No primeiro dia, totalmente perdida, encontrei gente bem humorada, no final do expediente, em ônibus lotado, no corredor da Rebouças, e quando eu perguntei sobre o lado certo da estação Pinheiros, um rapaz respondeu apressado que era para a esquerda, mas um segundo rapaz que ouviu teve o cuidado de me perguntar se eu queria metrô ou trem e me indicou que, para o trem, era mais fácil passar pelo shopping Eldorado para ter acesso direto.

Dentro do trem, vi um casal de turistas que estava sendo ajudado por um passageiro, de aparência bem simples, mas super atencioso. Quando chegou numa determinada estação, ele disse para o casal ficar encostado na outra porta, porque o trem ficaria lotado e eles não conseguiriam desembarcar onde pretendiam.

No ponto de ônibus, eu precisava pegar algum que fosse numa determinada direção e, como não tem nada que indique antecipadamente qual o ônibus correto, estava determinada a parar todos os ônibus que passassem no ponto. Nem precisei. Quando um ônibus parou no ponto, eu perguntei para o motorista se ele ia para onde eu queria e ele disse que não, mas prontamente me deu o nome da linha que eu deveria pegar. A atitude que costumamos esperar de um motorista de ônibus é tipo "não e ponto", mas ele viu que eu estava meio perdida e tendo a informação, me passou.

Fala se esses pequenos gestos não enchem a gente de esperança de que realmente existe a "gentileza que gera gentileza"?

Da minha parte, para todas essas pessoas, eu dei meu melhor sorriso, falei da forma mais educada, e sempre, um "por favor", e em troca recebi uma gentileza de volta.

É isso, vamos praticar mais gentileza! =)

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