12 de fevereiro de 2024

Polissonografia no Instituto do Sono

Esse é um post diferente: vou falar sobre a experiência de fazer uma polissonografia.

Aqui em São Paulo devem ter vários lugares para fazer o tal exame, mas eu sempre tive que o Instituto do Sono, ligado à UNIFESP, também conhecida como Faculdade de Medicina Paulista, era uma referência no assunto.

Tudo começou com uma conversa com um amigo médico. Não lembro bem qual o assunto que deu início a essa conversa, quando ele perguntou se eu roncava.

Eu disse que não sei, mas como uso um smartwatch para dormir e que faz uma medição de saturação respiratória, eu mostrei um par de gráficos com as legendas do aplicativo e ele me chamou a atenção para pontos que indicavam apneia e, talvez, episódios de ronco. Foi aí que ele sugeriu que eu conversasse com meus médicos para ver o que eles achavam de fazer uma polissonografia.

O fisiatra com quem eu me consulta na época (ele deixou de atender meu convênio) nem titubeou quando eu comentei sobre essa conversa com meu amigo e já emitiu o pedido para o exame.

Apesar de uns contratempos com o prazo para enviar documentação e o agendamento, em fim, eu fui fazer o tal do exame.

São várias as recomendações e instruções enviadas antes por email. O que não se deve consumir no dia, o que não devemos passar no rosto, corpo e cabelo, o que precisamos levar, o que eles fornecem.

Eu só levei um kit básico, pijama, chinelo, água, remédios, carregador de celular e 1 livro de papel.

A chegada tem que ser entre 19 e 20h para que seja feita a ficha (é rápido, porque só entram os pacientes que irão fazer o exame) e você seja acomodado em seu quarto, que tem ar, janelas antirruído, luz com dimmer (aquele controle que aumenta ou diminui a intensidade da luz) e portas grossas.

Senti falta de um abajour para ler, mas a enfermeira disse que a hora que eu quisesse apagar a luz era só apertar o botão que ela ia no quarto apagar.

O local tem estacionamento com valor fixo de R$20,00. Não que seja uma região super perigosa, mas em São Paulo não vale a pena arriscar e pelo pernoite, é mais barato que parar no shopping por 2 horas.

O quarto parece de hotel, com cama de casal, ainda que a maioria venha para dormir sozinho (só é permitido acompanhante para idosos que não podem ficar sozinhos).

Conforme informado no email, o quarto tem 1 travesseiro e 1 cobertor. Se você precisa do seu travesseiro pode levar e se você é do tipo friorenta/o, deve levar cobertas adicionais.

Não tem comida, mas eles deixam 2 pacotinhos individuais de cream cracker e bolacha doce, além de 1 maçã tamanho lanchinho. Tem um bebedouro no andar, então se você costuma beber água à noite, melhor levar uma garrafinha.

Sobre a TV não sei dizer, porque eu não assisto TV à noite (parte do ritual de higiene do sono), mas tem uma pequena necessaire com shampoo, condicionador, escova e pasta de dente, sabonetinho e um pente fino.

As toalhas são boas, o chuveiro é ducha e dentro do box você encontrar sabonete líquido, shampoo e condicionar, nem precisa usar as miniaturas do kit.

O quarto é monitorado por câmeras, então recomenda-se não ficar pelada/o fora do banheiro, pois essas imagens são usadas para monitorar como você se comporta dormindo, se é sonâmbula/o ou se algum cabo se desconectou de tanto você se mexer na cama.

Não foi tão horrível como eu imaginei, mas não foi uma noite de sono padrão, porque eu dormi pensando nos cabos e em um momento minhas mãos incharam e o oxímetro colocado no indicador não deixava eu dobrar o dedo.

Se você precisa usar secador, chapinha e afins depois de lavar o cabelo, prepare-se porque é usado uma pasta condutora que vai ser colocada na sua cabeça em diversos pontos, o que obriga a gente a lavar muito bem o cabelo para tirar tudo. Felizmente meu cabelo se ajeita usando qualquer shampoo e condicionador, mas se esse não for seu caso é bom levar tudo o que você precisa, porque não vai ter lá.

No email dizia que era disponibilizado secador, mas no meu quarto não tinha. Meu cabelo seca rápido só tirando o excesso com toalha, então esse também não foi um problema para mim.

O equipamento onde estão ligados os cabos é portátil, então, se precisar ir ao banheiro é só chamar a enfermeira que ela desconecta do cabo da parede para você poder ir ao banheiro, mas nem adianta pensar que não precisa da enfermeira, porque eles colocam grades de proteção dos 2 lados da cama, para ter certeza de que você não vai esquecer que está com cabos e saia pulando da cama.

Pela manhã a enfermeira vem te acordar e desconectar os cabos para que você possa tomar banho, se arrumar e tomar café no buffet localizado no térreo. Só uma falha desse desjejum é que não tem opções para quem tem restrições alimentares.

Você precisa responder um questionário antes de começar o exame e outro quando acorda, que precisa ser preenchido logo, senão você não tem alta.

A equipe toda é muito atenciosa e você consegue tranquilidade para dormir. Se você for do tipo que tem sono fácil, você nem vai sentir que fez um exame. Se você for como eu e outros piores, talvez não tenha a noite mais revigorante, mas também não será das piores, porque paz e sossego é o que o ambiente remete.

Não fosse as vestes das enfermeiras, você conseguiria esquecer que está num hospital.

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