4 de maio de 2015

Filme e Livro: A Teoria de Tudo (The Theory of Everything)

Eu comprei o livro no mesmo dia em que fui assistir ao filme, ou seja, é claro que assisti primeiro e terminei de ler depois.

O filme é a versão romantizada da história de amor, lutas, sofrimento, preconceitos, e tantas outras coisas que mais ninguém, além deles mesmos, pode ter sentido.

E, vou adiantar o veredito, faça os 2: assista ao filme e leia o livro na ordem que você preferir, mas não deixe de fazer os dois.

Vale a pena para conhecer não só a história de vida do casal, mas da realidade da doença que, no caso dele, por alguma razão, decidiu deixá-lo viver para mostrar a mente brilhante aprisionada num corpo paralisado. Recentemente, li um artigo que diz que os médicos ainda não sabem dizer como nem o por quê, mas a doença dele estacionou e por isso ele segue vivo.

A história mostra um casal jovem, apaixonado, que tinham toda uma vida pela frente e a prova de que por trás de todo grande homem, existe uma mulher fenomenal.

Claro que eles deram sorte de estarem rodeados por ótimos amigos e admiradores, como alguns alunos que o ajudavam a transpor escadas e degraus nos antigos campus das universidades europeias, e vez ou outra davam uma mãozinha com um ou outro cuidado que exigiam toda a força física possível na residência deles e em viagens.

Digam o que quiserem, mas esse homem não teria começado a incrível jornada de mostrar ao mundo que a doença seria somente um coadjuvante na vida dele, se ela não tivesse aparecido com toda sua paixão e coragem na vida dele.

Casaram cedo, nunca fizeram planos de longo prazo por desencorajamento dos médicos e da família dele, mas ela nunca desistiu de fazer o que se propôs: mostrar a mente brilhante de Stephen a qualquer preço.

Aos trancos e barrancos, sem dinheiro, sem financiamento adequado para os custos da doença, sofrendo com a inveja alheia pela fama do gênio, ela fez de tudo.

O filme não mostra, mas o livro também é uma crítica ao sistema britânico de previdência e assistência social, que nunca deram suporte ao doente, porque não viam razão para tal. Diziam que ele não precisava de cuidados especiais, ainda que sofresse para respirar sem aparelhos e necessitasse de cuidados médicos quase 24 horas por dia, principalmente nos períodos de frio, o que é quase o ano inteiro na Inglaterra.

Como a própria Jane relata, eles ainda tinham como se socorrer, pedindo ajuda à universidade que tinha interesses no vínculo de Stephen à instituição e vez ou outra cedia aos pedidos desesperados dela, ainda mais quando outras universidades começaram a flertar com ele em troca de melhores condições de vida e apoio financeiro. E com isso, ela criou um movimento em prol das pessoas com necessidades especiais para tornar os lugares mais acessíveis, além de mostrar que o diagnósticos de doenças como esse só é uma pena de morte àqueles que são abandonados pelo sistema.

Talvez isso seja um tipo de "spoiler", mas eu terminei o livro com um pouco de raiva do Stephen e sua eventual falta de consideração com uma mulher que, em determinados momentos, deixou sua vida em décimo plano para que ele pudesse alcançar seu auge, sendo sua esposa, mãe dos seus filhos, enfermeira, faxineira, motorista, secretária e tantas outras coisas.

Não há como não admirá-la por tudo e desejá-la felicidades eternas por tudo o que ela fez por ele e pela ciência.

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