4 de setembro de 2017

Série: Thirteen Reasons Why (Os Treze Porquês)

A série adolescente mais polêmica dos últimos tempos estreou no começo do ano na Netflix, mas eu só consegui assistir agora.

Mas pra que você queria assistir a uma série adolescente??? devem estar perguntando alguns.

Porque o tema me interessa e se você tem filhos ou lida com adolescentes, deveria assistir e/ou ler o livro também.

Baseado num livro homônimo, de Jay Asher, conta a história de uma adolescente que decide se suicidar e, como despedida, deixa àqueles que considera as causas de seu final trágico uma sequência de fitas K7 gravadas, contando qual o papel de cada um na vida dela.

Apesar de muitos dizerem que a história instiga os jovens ao suicídio, eu discordo e acho salutar que os mesmos leiam (eu comecei a ler, só não terminei o livro ainda, porque tive que interromper para ler outros livros mais urgentes) e assistam à série, para saber como e onde podem buscar ajuda, ainda que na trama os adultos que deveriam ter ajudado, no geral, mais atrapalharam do que ajudaram.

A história é sobre Hannah, uma garota de classe média, filha de empresários de uma pequena loja de bairro, cuja vida parecia como a de qualquer outro adolescente, exceto por sua decisão, aos 17 anos, de tirar a própria vida.

Clay, outro aluno da mesma escola, garoto tímido, da turma dos nerds, conhece Hannah por conta de seu trabalho num cinema local e o contato diário acaba os aproximando, porque Clay não vê as mulheres como pedaços de carne, tal qual seus colegas, e Hannah percebe esse respeito e se encanta por ele, mas como muitas mulheres, não se acha merecedora de alguém tão bom.

Numa tarde, ele recebe uma caixa com as fitas e um mapa.

O interessante das fitas é que a trama se passa por agora, em 201x, com iphones, internet e mp3, e ainda assim eles usam walkman e um aparelho que toca-fitas K7.

Agora, ele recebeu a "missão" de ouvi-las e passar para a frente. São 7 fitas e 13 lados gravados.

No desenrolar dos 13 capítulos, o pobre Clay se vê envolvido numa história da qual nem sabia que fazia parte e fica sem saber ao certo como seguir e o que fazer, já que Hannah está morta e nada que ele fizer agora poderá trazê-la de volta.

Ela mostra o lado mais obscuro da depressão: aquele que as pessoas não veem, porque é invisível. Dificilmente, alguém admite ter o problema e quando procura ajuda, muitas vezes é tratada como dramática ("drama queen" é uma expressão usada algumas vezes pelos colegas) ou simplesmente ignorada.

Mais além da depressão, a trama ainda trata do machismo, da falta de respeito, dos efeitos dos boatos e fofocas, da dor causada por festanças irresponsáveis regadas a drogas e álcool, de pais ausentes, da falta de caráter, das amizades de fachada e tantos outros problemas tão comuns no mundo real.

De fato, numa coisa os adultos da história tem razão, muitos jovens fazem mimimi e daí a dificuldade de identificar quando é só mimimi e quando o problema é mais profundo. Como saber e o que fazer, nem a vida, nem a série conseguem explicar, mas uma dica fica: precisamos de mais amor e mais empatia pelo próximo.

Essa não é mais uma série sobre a turma dos populares, das patricinhas, dos nerds e dos excluídos. É uma série para pensar sobre as consequências de atos e omissões.

Recomendo!