9 de novembro de 2015

Livro: No Ar Rarefeito de Jon Krakauer

Um conhecido que adora escaladas virou referência sobre filmes de escaladas e aventuras, após ter feitos críticas ferozes sobre o filme "Limite Vertical", que eu até gostei de ver por conta do lindo Chris O'Donnel, que muitos devem conhecer como o Robin de uma das versões de Batman mais antigas e que atualmente aparece na série NCIS Los Angeles.

Quando o filme Evereste (2015) saiu, fui perguntar se o filme valia a pena ser assistido e ele disse empolgado que havia assistido em 3D Imax e que foi sensacional. Mas fez uma ressalva "leia o livro antes, para entender como funciona esse tipo de escalada, senão algumas partes vão ser meio estranhas".

Ele começou a me descrever como funciona o organismo no ar rarefeito da montanha, naquela altitude absurda acima do nível do mar, e quais os efeitos danosos podem acometer a mente quando não são seguidas várias regras básicas de aclimatação, por exemplo, e que estão descritas no livro.

Eu, que não sou do tipo aventureira, apesar de adorar assistir a filmes com esse tipo de emoção, comecei a ler o livro e me perguntar "Por quê???" tantas vezes quantas virei de página.

Por que alguém decide escalar uma montanha dessas, já conhecendo os riscos? Por que as pessoas têm tanta dificuldade de reconhecer seus limites? Por quê???

Isso sem contar a falta de ar e as dores que eu comecei a sentir só de imaginar o que poderia ser passar por tudo aquilo, sem nunca ter passado perto de uma situação daquelas.

Quando ele comenta dos congelamentos das extremidades do corpo, lembrei de uma ocasião em que eu, mesmo estando com botas de couro e solado alto de borracha forrado de pelo, com umas 3 meias em cada pé, senti a sola do meu pé congelando no alto de uma montanha no Canadá.

Tentei multiplicar a sensação desconfortável, que no meu caso durou muito pouco, pois assim que senti os pés gelados corri para dentro da loja, e ter que seguir caminhando com todo aquele frio e dor.

O livro, que conta com os relatos do autor e de diversos integrantes das expedições que sobreviveram e decidiram colaborar com Krakauer, mostra uma sequência desastrosa de erros de julgamento, que nunca se saberá ao certo quais as motivações reais das vítimas, e que culminou na morte de mais da metade dos que escalaram entre os grupos que subiram naqueles dias, em 1996.

E se você for um desses loucos que pretendem escalar o Evereste um dia na vida, se faça o favor de ler o livro e tentar lembrar, lá em cima, que é melhor fracassar com seu objetivo de alcançar o topo do mundo, do que nunca mais voltar para casa e deixar todos que o/a amam desolados por não terem respostas para o que aconteceu e sem um corpo para velar, já que no geral não é possível retirar os corpos de lá.

O interessante do livro é que mesmo não sabendo nada sobre escalada, montanhas, como funcionam essas empresas ou qualquer outro detalhe sobre esse universo, você será levado pelo autor a conhecer tudo, inclusive um pouco da história da montanha e seus primeiros aventureiros, que abriram os caminhos para o cume.

Gostei da leitura, só sigo sem entender as razões que levam alguém a tentar algo que mais me parece a descrição de uma missão suicida.

Nenhum comentário:

Postar um comentário