23 de setembro de 2019

Livro: Shinsetsu 親切 - O Poder da Gentileza, de Clóvis de Barros

O lançamento dessa obra aconteceu na Bienal do Livro de São Paulo, em 2018. Eu só sei disso porque acabei, por acidente, assistindo a apresentação do próprio autor sobre o livro.

Como professora, eu tenho acesso gratuito à feira e fui tantos dias quanto pude, sendo assim não tinha pressa nos dias que ia e aproveitava para assistir diversos workshops e palestras nos espaços de educação montados pela Microsoft, que esteve apresentando suas soluções para educação durante a Bienal.

Eis que eu estava assistindo uma palestra de educação e quando terminou, um casal que estava ao meu lado comentou que estavam lá só para garantir lugar para assistir à apresentação do Clóvis de Barros.

Eu até sabia quem era o senhor, mas não sabia sobre o que ele trataria e uma vez que eu já estava no espaço, num bom lugar, decidi ficar para ouvi-lo quando vi que o tema tinha nome em japonês.

Da minha parte sempre surge a curiosidade de saber o que leva uma pessoa não descendente a escrever sobre algo de uma cultura estrangeira.

De repente entrou um senhor, que se eu encontrasse pelos corredores nem saberia quem é, porque, digamos, ele parece gente normal, vestida de gente comum! rs

Digo isso, porque se fosse o Cortella ou o Karnal, tenho certeza que teria ido de terno, talvez gravata. Ele não. Estava de calça de sarja, blusa de fleece (de marca, mas fleece) e acho que calçava tênis.

Foi muito simpático com a sua audiência e uma coisa eu achei engraçado, olhou várias vezes durante sua fala para mim, como se para confirmar algumas coisas que são culturais, intrínsecos da educação japonesa.

Não, eu não sou japonesa de nacionalidade. Eu sou brasileira, apesar da cara. Sou da terceira geração, neta de imigrantes vindos de navio na década de 20, mas fui criada pelos avós maternos, dentro das associações de japoneses de São Paulo, bem aos moldes da cultura de lá.

Sim, o livro trata com muito respeito e reverência a questão do shinsetsu.

Para mim foi curioso ler o livro, porque eu tenho o que ele disse como algo óbvio. Ele mesmo diz que para os japoneses isso é normal, mas o brasileiro, ou melhor, o ocidental não conhece essa gentileza.

Calma, não estou dizendo que o ocidental não conhece gentileza. Eu disse, essa gentileza, a do shinsetsu.

Claro, estou generalizando toda uma cultura, tanto a de lá, quanto a de cá, e é isso que o autor fala ao longo do livro, citando outras características culturais de outros lugares para comparar, para fazer entender o conceito.

Recomendo a leitura, leve, simples e cheia de reflexões para quem quer ser uma pessoa melhor.

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