6 de maio de 2013

Dicas para não fazer MUITO feio no seu currículo

Formalmente, não sou nenhuma especialista em RH, processos de recrutamento e seleção ou qualquer coisa do gênero, mas ao longo de tantos anos trabalhando com a parte documental de registros, algumas contratações, voluntariado em grupos de recolocação profissional e aulas para turmas de Administração, Contábeis e Direito, uma coisa você aprende: o que NÃO fazer com seu currículo.

Como já afirmei, não sou nenhuma expert, mas a prática leva a algumas constatações que me parecem tão básicas, porém não devem ser tão óbvias, caso contrário eu não as teria visto repetidamente a ponto de me fazer escrever este post quando existem tantos sites de RH que dão dicas sobre o assunto.

Se você busca auxílio profissional para elaboração de currículo, já alerto, não vai encontrar aqui, mas se você procura por algumas dicas para não pagar um super mico, dê uma lida no meu texto.

IDENTIFICAÇÃO

Sabe aquela gracinha que os alunos costumam fazer no dia da prova: "'fessora', se eu preencher meu nome correto, quanto eu ganho de nota"?

Pois é, parece que nem isso algumas pessoas conseguem acertar. Escrever seu nome corretamente é muito importante e eu digo isso, porque na pressa, muita gente acaba digitando o nome com as letras na sequência errada. Quer maior prova de falta de atenção que essa?

Nessa parte do cabeçalho, os demais dados vão depender da vaga pretendida e da empresa para a qual se está enviando o currículo. No geral, é bom colocar o endereço (se seu bairro não é muito conhecido, ajuda colocar a região, por exemplo, Zona Sul), telefones para contato e o nome do contato (não esqueça de avisar a pessoa que foi colocada como contato no seu currículo), idade e data de nascimento (não faça o selecionador ter que calcular sua idade) e estado civil. Informações como "não fumante", "filhos", e estado civil podem ser um diferencial.

Atenção: namorando não é estado civil. Oficialmente, seu estado civil pode ser solteiro/a, casado/a, separado/a, divorciado/a ou viúvo/a. União estável ainda não aparece como opção nos formulários de declaração para o Ministério do Trabalho.

OBJETIVO

Parem com a mania de colocar "desejo colaborar para o engrandecimento desta conceituada empresa...". Quando eu recebo um desses aqui, eu jogo fora. Quer saber o por quê? Porque isso é copiar o que parece bonito de modelos prontos e não diz realmente o que você quer ou o que você tem a acrescentar.

Diga o real motivo da escolha da empresa e se a empresa não é nenhuma dessas com certificados de qualidade ou de renome dentro da sua área, não tente escrever bonito o que nem se encaixa.

FORMAÇÃO

Se tem um item que o selecionador e o recrutador vão olhar é sua formação.

As opções para quem não está na faculdade são: fundamental incompleto ou completo, e se você já passou desse nível, 2° grau ou nível médio, incompleto ou completo. Lembre-se de colocar o ano de previsão ou de conclusão do curso.

Agora pensa pegar um currículo que vem assim: "Cursando 3° grau". Onde? Quando? O que?

Você deve indicar o curso, o nome da instituição, eventualmente, a cidade e o estado onde se localiza, ano de início e o ano previsto para término do curso.

Caso você tenha apresentado um TCC ou Monografia ao final do curso, pode ser interessante indicar o tema do trabalho, pois se for de interesse da empresa, isso pode lhe valer pontos! O mesmo vale para quem fez pós, seja em nível de especialização, mestrado, doutorado ou mais.

Outra coisa que me chamou atenção num cabeçalho de identificação foi: "idade, formado, namorando".

Aqui destaque para o "formado". Formado em quê? Fui ver o resto do currículo e descobri que a intenção era dizer "2° grau completo".

QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL

Mais do que indicar as empresas nas quais trabalhou é importante descrever todas as atividades realizadas no emprego anterior. O que mais interessa é saber o que você sabe fazer por experiências anteriores, porque você pode ter trabalhado numa empresa de grande porte e não ter feito nada que valha para a vaga à qual está se candidatando.

E a pergunta que nunca se cala: e quem nunca trabalhou antes, coloca o que?

Uma vez, no grupo no qual eu fui voluntária de seleção, peguei um currículo de uma moça com formação impecável, bons estágios e nenhum emprego formal. O erro dela na elaboração foi indicar somente os nomes das empresas, algumas não muito conhecidas.

Então comecei a perguntar o que ela tinha feito em cada um dos estágios e ela tinha feito coisas muito interessantes de práticas da área dela. Para que ela passasse de estagiária a profissional da área só faltava a oportunidade, mas para conseguí-la ela precisava somente colocar tudo o que ela me contou que fez no currículo antes de distribuir por aí.

Não sei qual foi o resultado, pois aquela era a última vez que o grupo fez reuniões para assessorar candidatos, mas estou certa de que aquela pequena mudança no currículo dela mudou muita coisa.

IDIOMAS

Idiomas hoje em dia são vistos como essenciais. Na verdade não é de hoje que ter mais do que o idioma nativo seja um diferencial, mas o importante é: você tem domínio da sua língua materna???

Parece uma pergunta boba, mas no geral, a constatação é de que as pessoas não tem a habilidade de compreensão em português. Então do que adianta ela dizer que é fluente em inglês, tem espanhol intermediário e algum conhecimento de francês, italiano e alemão?

Uma prova disso foi um questionário simples, tendo as seguintes questões:
- O que você gosta de ler?
- O que você gosta de assistir na TV?

Você saberia responder coerentemente a essas questões? Parabéns, mas algumas pessoas não.

Não existe uma resposta precisa, mas ela não pode começar com "sim, eu gosto", por exemplo. Até poderia ser "não gosto de ler" ou "não gosto de assistir TV", mas se ela começou com "sim" já está errada.

CONCLUSÃO

Para encerrar esse post enorme, deixo uma dica simples: leia seu currículo, se coloque no lugar do selecionador ou recrutador e imagine se ele seria bom o bastante para se destacar na multidão.

Se a resposta for positiva, você deve ter escrito um currículo não muito longo, ainda assim completo e agradável de ler. Se a resposta for negativa, reescreva, porque ter preguiça neste momento é pedir para ter seu currículo colocado na pilha dos descartados.

E a dica final, que eu li, recentemente, em uma reportagem sobre currículos: "Qual é a chave para ter um currículo imbatível? Ter mais de um.", ou seja, adeque seu currículo para cada vaga, porque alguns detalhes a mais podem ser bons para uma vaga e ruins para outra.

Boa sorte!

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