23 de agosto de 2021

Relatos de uma jacaré: a vacinação na cidade de São Paulo

Vou começar esse post com um alerta: se você é da turma negacionista ou antivacina, por favor, feche seu navegador agora e evite se aborrecer com o texto abaixo. Você não é obrigado/a a ler um texto que vai contra tudo o que você acredita. Agradeço a visita e até um post de assunto que não lhe seja contrário.

Agora, se você quer saber como foi a vacinação das 2 doses de alguém do grupo de comorbidades, eu te conto abaixo.

Uma coisa que eu acho necessário exaltar, ainda que eu não goste de várias ações dele, é que se não fosse o governador do estado de São Paulo, João Doria, a vacinação do nosso país não teria começado. Muita gente nem quer tomar a vacina do Butantã, mas se o Doria não tivesse dado o início das ações com o Instituto para pressionar os outros a se moverem e providenciar vacinação, a gente estaria esperando até agora. Nesse sentido, obrigada governador, por respeitar o nosso direito à vida.

Demorou, mas chegou a tão esperada hora. As agulhadas mais aguardadas da vida de (quase, infelizmente) todo mundo!

Pela faixa etária, minha 1ª dose seria somente no final de junho de 2021, mas por ter problemas de pressão (passou dos 40 começa a dar pau em várias coisas rs), eu consegui antecipar a minha 1ª dose em 1 mês!

Foi simples, porque no meu caso bastava levar um receituário com a medicação diária para comprovar a condição. Claro, tive que passar no médico, porque receita velha não seria aceita.

Antes da vacinação, eu fiz meu cadastro no site do VacinaJá, porque já dava para imaginar que com base nisso, eles poderiam saber quantas pessoas tem em cada faixa etária e onde as pessoas estão para distribuir melhor as doses de vacina entre os postos de vacinação.

A ESCOLHA DO POSTO

Receita em mãos, no dia da minha 1ª dose, por ser o dia de abertura da faixa de vacinação, tinha locais extras para ser vacinada. Como eu trabalho no centro da cidade, eu escolhi o Mega Posto da Galeria Prestes Maia, que eu considero um ponto turístico da cidade de São Paulo. É uma passagem que liga a Praça do Patriarca (onde tem uma UBS também) e o Vale do Anhangabaú. Na passagem, toda de granito, tem esculturas e um enorme relógio.

No posto em questão estava tudo bem organizado, mas preciso contar que vi muita gente indo embora só porque a vacina do local não era aquela americana. A grande maioria ficava, mas tinha um ou outro que perguntava qual era a vacina, a equipe respondia e o povo ia embora.

A Galeria é bem ventilada e espaçosa, então todo mundo conseguia ficar bem espalhado, o que deu uma sensação de segurança. Além disso, tinha bastante pessoal de apoio para organizar a fila, o que mantinha a ordem e a agilidade. Sinceramente, eu fui preparada para aguardar até 2 horas para tomar a vacina e não gastei mais que 30 minutos entre entrar na fila, preencher o cadastro e tomar a vacina.

Pouco tempo depois, a prefeitura de São Paulo criou um site chamado "De Olho na Fila", o filômetro do VacinaSampa. O site é bem simples e muito útil, porque ele mostra como anda a fila num determinado local e se o posto em questão está funcionando ou não, já que em alguns momentos, tivemos problemas de abastecimento em alguns locais. Então a pessoa chegava e não tinha vacina.

Outro problema era o pessoal que buscava a 2ª dose e não encontrava. Muita gente relatava uma verdadeira via crucis para encontrar determinada vacina. Para resolver esse problema também, o site passou a informar onde tem ou não cada vacina para a 2ª dose. O alerta para os "sommeliers de vacina" é que a informação das vacinas disponíveis para a 2ª dose não eram necessariamente a vacina disponível para a 1ª dose, já que as da 2ª dose são reservadas.

Então, para a 2ª dose eu usei as informações desse site.

Como minha data era uma sexta-feira, eu passei a semana inteira monitorando os locais. A Galeria Prestes Maia passou a semana inteira impossível! O aviso de fila grande já me dava a dica de que eu iria para outro lugar. Sem contar que no começo da semana a vacina que eu tomei na 1ª dose esteve indisponível. Para minha sorte, na quarta, ela apareceu em todos os lugares que eu estava monitorando a fila.

Chegou a sexta, abri o site e a atualização dizia que o posto montado dentro do Extra Aeroporto estava sem fila e tinha a vacina que eu precisava. Fui lá.

Fica a dica: escolha locais marcados como sem fila. Não é brincadeira, é sem fila mesmo!!!

Eu demorei mais para andar de onde parei minha moto até o local onde o posto estava montado do que para tomar a vacina. Não tinha NINGUÉM tomando vacina. Foi muito rápido. Até aproveitei para fazer umas compras no supermercado antes de ir embora.

A VACINA E AS REAÇÕES

E qual vacina você tomou? Eu recebi a Astrazeneca envasada pela Fiocruz, no Rio de Janeiro, mas eu tomaria qualquer uma que me oferecessem.

Eu já estava ciente de que haveriam reações, porque eu conhecia pessoas que já tinham tomado e relataram reações diversas, por isso fiquei feliz que a data inicial da minha faixa etária seria numa sexta-feira, assim eu teria o fim de semana inteiro para ficar de cama se necessário. Tinha providenciado tudo: comida, remédios e muita água.

A reação mais prolongada foi a dor no braço. Foram 10 dias de dores de ter que lavar o braço fazendo carinho para não doer. Fora isso, uma moleza e dorzinha de cabeça na noite da vacinação, corpo cansado durante o dia seguinte e uma febrinha de 37° e uns quebrados na noite de seguinte e... só! No domingo eu já estava ok e mesmo mole, eu lavei roupas no sábado. Eu só tomei 1 analgésico na sexta e outro no sábado, além de anti-histamínico, porque eu tive um pouco de reação alérgica, mas nada muito sério.

Para a 2ª dose eu já estava preparada para encarar as mesmas reações, mas foi bem mais leve e esquisito. Se na 1ª dose as primeiras reações só apareceram umas 10 horas após o horário da aplicação, na 2ª dose as reações começaram 2 horas depois.

Uma dorzinha leve no braço e um sooooooonooooo inexeplicável. Fazia muito tempo que eu não ia tão cedo pra cama, mas eu não aguentava ficar com os olhos abertos. No dia seguinte eu estava meio aérea, mas nada demais. De novo, lavei roupas e ainda trabalhei o dia todo num projeto de pesquisa.

Se seu medo são as reações, para com isso!!!

Eu sou uma pessoa mega alérgica e meio sensível a medicação. Nunca tive reação a qualquer vacina, mas nessa até deu. Só que já eram esperadas e foi tranquilo. Melhor do que correr o risco de ficar entubada. A dorzinha no braço passa e você não vai morrer disso.

Só não esqueça que mesmo vacinados, nós precisamos seguir usando máscara, mantendo distanciamento social e higienizando as mãos.

Se cuidem!!!

APP DA CARTEIRA DE VACINAÇÃO

O SUS - Sistema Único de Saúde, tem um app chamado ConecteSUS, que usa o cadastro feito no gov.br para disponibilizar dados cadastrado no SUS.

Esse app tem o intuito de reunir todas as informações de saúde do SUS no futuro, mas nesse primeiro momento ele serve para você ter os dados da sua vacina da COVID à mão. Ele mostra a data das doses tomadas, os dados de posto, código do aplicador, tipo e lote das vacinas.

E se você precisa apresentar o certificado de vacinação para viajar, você consegue emitir o certificado com QRcode direto do app. Bem legal.

O app é gratuito, mas preste atenção na hora de baixar. Quem faz esse app é o gov.br, sistema eletrônico do governo para acesso a informações junto à Receita e Previdência.

No estado de São Paulo existe a opção do app do Poupatempo e na cidade de São Paulo você pode baixar o app e-Saude SP, que também tem a carteirinha de vacinação, nesse caso, de todas as vacinas tomadas na rede pública (as que eu tomei em 2018 apareceram no app).


Imagens: Secretaria da Saúde de Salvador/BA e Terra.com.br

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